O município se situa no sul do estado do Pará, com uma população de 27.359 habitantes e IDH de 0.699, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000). Esse município se destaca por fazer parte de uma região com população indígena, os chamados Kayapós. Desta forma, no que tange o aspecto do setor saúde, especificamente a Atenção Básica/Atenção Primária em Saúde (AB/APS), percebe-se então dois tipos de atendimento: o da Secretaria Municipal de Saúde, voltado mais para a população não indígena, e o atendimento da Secretaria Especial de Saúde Indígena - SESAI.
No sul do Pará, a exploração de minérios nessa região é uma prática bastante comum e o município de Ourilândia do Norte faz parte da área de abrangência da operação de ferro-níquel. Como consequência da presença da Vale, houve um aumento da imigração de trabalhadores para a região, gerando então uma demanda maior para o atendimento em saúde, conforme foi relatado pelos entrevistados. Outro aspecto relevante seria em relação às parcerias que a empresa busca fazer na região, a fim de trazer melhorias com a sua presença naquele local.
Durante as entrevistas realizadas, por exemplo, um dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Ourilândia disse que a empresa contribui nas ações de promoção e prevenção em saúde: “Estamos com uma programação entre nós e a Vale, para fazermos realmente uma campanha sobre acidentes domésticos e de trânsito, prevenção de dengue e outras áreas, para tentar trabalhar a comunicação, a promoção da saúde, para mudar a cultura do nosso município”.
A experiência exitosa desenvolvida no município, ganhadora do 2º lugar na categoria “Relato de experiência – Equipes de Saúde da Família”, teve início com a evidência do grande número de casos de baixo e muito baixo peso para a idade em diversas aldeias, com alto índice de mortalidade infantil identificados pelas equipes de saúde indígena.
O PRN não era de caráter universal, pois objetivava a recuperação do estado nutricional de crianças indígenas menores de cinco anos com risco nutricional, baixo peso ou muito baixo peso, de algumas aldeias do DSEI-Ka. A busca de realizar um atendimento equânime em saúde se manifestou nas falas do representante do DSEI, que explicou sobre a continuidade da distribuição da suplementação que é oferecida às crianças indígenas com risco nutricional. A intersetorialidade se manifestou, principalmente, no início da experiência quando as parcerias estavam acontecendo e favorecendo o sucesso do PRN, conforme relatos do estudo.
As pesquisadoras envolvidas notaram que, no caso da saúde indígena, essa capacitação pode ser muito mais complexa que de costume. “As relações e tensões interculturais impactam sobe o processo saúde-doença”, revelaram. A respeito disso, pôde-se notar um ponto que vale ser observado: “Inácia, a enfermeira que participou da experiência, aprendeu falar Kayapó para poder se aproximar dos indígenas e melhorar o seu trabalho. O domínio da língua permitiu que a enfermeira pudesse se aproximar dessas crianças e mães, sem desrespeitar a cultura da aldeia, e assim construir uma relação intercultural de confiança e respeito”, ressaltaram.
Anexo A
Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=35492 Acessos em julho de 2012.
Anexo B
Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1744 acessos em julho de 2012.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Portal da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1744 Acesso em julho de 2012.
Portal da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=35492 Acesso em julho de 2012.
Sala de Situação em Saúde. Disponível em: http://189.28.128.178/sage/ Acesso em julho de 2012.